Jogos e Brincadeiras como Recurso Pedagógico

As brincadeiras desencadeiam emoções nas crianças. Elas mexem com os sentimentos das mesmas. Aproveitar esses benefícios revestindo-os com um conteúdo escolar torna-se processo-chave na prática docente. Brincar é umas das atividades essenciais para o desenvolvimento das crianças. E usufruir do espaço estudantil para a proposição de brincadeiras regradas e que estimulem as potencialidades infantis é de suma importância para as suas formações cognitivas, emocionais e afetivas.

No artigo de hoje vamos conversar sobre a importância de se incluir nos planejamentos de aulas jogos e brincadeiras. Tornar essas tarefas tão divertidas e estimulantes para as crianças algo pedagógico e enriquecedor para suas aprendizagens propicia avanços que vão além do componente cognitivo.

Ao final do artigo apresento dois vídeos com atividades práticas que nos mostram como esses momentos trabalham com diversos traços da personalidade da criança, como por exemplo, concentração, paciência, satisfação, dentre outros. Também, disponibilizo um link para acesso a um material contendo 500 atividades pedagógicas para serem trabalhadas com as crianças. O material contém jogos e brincadeiras para famílias e educadores que queiram desenvolver planos de aulas que contemplem a ludicidade.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) nos mostra que a interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, trazendo consigo muitas aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das crianças. Ao observar as interações e a brincadeira entre elas e delas com os adultos, é possível identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustrações, a resolução de conflitos e a regulação das emoções.

Devemos ter em mente que determinadas atividades e condutas são inerentes a todas as crianças e independe da época, das políticas educacionais e do lugar onde elas vivem. Essas atividades são as brincadeiras. Elas possuem um caráter simbólico importantíssimo para o desenvolvimento das crianças. Elas trabalham com diferentes campos do ser humano: imaginário, emocional, motivacional, ético, comportamental, intelectual, dentre outros. Assim, mesmo que inovações e políticas venham a contribuir para a melhora da qualidade do ensino, o processo lúdico permanece e permanecerá sendo presença marcante na educação.

Duas características marcantes em todas as crianças são a sua curiosidade e criatividade. E nada melhor do que planejar aulas que estimulem e instiguem elas nesses dois traços de suas personalidades em formação. Para que a brincadeira no ambiente de ensino seja interessante para, a(o) educadora(or) deve atuar de forma mediadora e dialógica, e nunca impondo regras rígidas e disciplina excessiva.

Conforme Lino Macedo, Ana Lúcia Petty e Norimar Passos (na obra Os Jogos e o Lúdico na Aprendizagem Escolar); “O jogar é o brincar em um contexto de regras e com um objetivo predefinido. Jogar certo, segundo regras e objetivos, diferencia-se de jogar bem, ou seja, da qualidade e do efeito das decisões ou dos riscos. O jogar é uma brincadeira organizada, convencional, com papéis e posições demarcadas. O jogo é uma brincadeira que evoluiu. A brincadeira é o que será o jogo, é sua antecipação, é sua condição primordial.”

O jogo como recurso pedagógico permite a aquisição de conceitos e valores essenciais à aprendizagem.
O jogo como recurso pedagógico permite a aquisição de conceitos e valores essenciais à aprendizagem.

Despertar nas crianças o gosto pelo jogo tende a tornar a construção dos conteúdos muito mais significativa. Conforme os mesmos autores citados acima; “A experiência de jogar certamente “contaminará” de alguma maneira a forma como ensinamos nossos alunos, daí a expressão “espírito do jogo”. Esta pode ser traduzida por muitos aspectos de jogar: dar mais sentido às tarefas e aos conteúdos, aprender com mais prazer, encontrar modos lúdicos de construir conhecimentos, saber observar melhor uma situação, aprender a olhar o que é produzido, corrigir erros, antecipar ações e coordenar informações. Essa expressão também contempla outros aspectos, como trabalhar em um contexto competitivo, mas regrado, em que há estímulo à criatividade e à busca de melhores recursos internos para vencer sem trapacear.”

Dentro dessa aproximação lúdico/aprendizagem deve-se ter atenção em como serão desenvolvidas as atividades curriculares do dia-a-dia. Entende-se que as mesmas não necessitam ser rigidamente planejadas. A flexibilidade deve estar prevista de forma que surjam novidades e experiências que venham a contribuir com o enriquecimento do trabalho. Uma boa organização em blocos de conhecimentos pode ser planejada de forma que as atividades lúdicas mantenham certa padronização em suas realizações e os conteúdos e áreas do conhecimento sejam desenvolvidos da forma mais harmoniosa.

Abaixo, exemplifico nossa conversa com a exibição de dois vídeos com atividades lúdicas e pedagogicamente selecionadas:

Por fim, segue o link do material com 500 atividades pedagógicas para serem trabalhadas com as crianças. O custo do material é de R$ 49,90 e para maiores informações pode ser acessado o link clicando AQUI.

Um abraço!

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