Tradicionalmente, o Ensino Médio carrega um sentido que é o de preparar alunos para as provas de vestibular e ENEM. Muitos vêem nessa etapa da escolaridade que os conteúdos de sala de aula devem possuir certa correspondência com as questões exigidas nos principais vestibulares e ENEM.
Nesse cenário, muitos currículos escolares apenas tem o propósito de elencar conteúdos e disciplinas obrigatórias como se a escola unicamente tivesse o objetivo de preparar os estudantes para provas. Dessa forma, muitos educadores somente despejam conteúdos e exercícios para que os estudantes “aprendam” para que obtenham bons resultados nas provas.

Uma educação apenas com esse enfoque conteudista não gera no aluno significações para a sua vida, tampouco estimula o jovem a buscar o conhecimento e prazer em estudar. Não questiono, aqui, a importância dos conteúdos. É claro que eles tem sua parcela de importância, mas desde que sejam contextualizados. O esforço do professor recai na tentativa de tornar a aula o mais atrativa e interessante possível. O questionamento que coloco é a respeito do tratamento que é dado ao conteúdo. Na maior parte dos casos, os mesmos não geram no aluno uma mudança de comportamento e atitudes.
Entretanto, hoje em dia já notamos que muitas escolas trilham o caminho da transformação. Já se percebe a transição do sistema tradicional para um modelo mais conectado com a realidade dos jovens. E nesse contexto, a presença dos Itinerários Formativos vem consolidar e democratizar um currículo mais significativo para que todas as escolas implementem em seus currículos a construção de um projeto de vida por parte dos estudantes, especialmente os do Ensino Médio. Vivenciamos hoje o que se chama de Educação 4.0.

Nesse sentido, a instituição escolar deve primar pela felicidade do aluno. Deve procurar fazer do ensino uma forma dos jovens atuarem de forma mais solidária, fraterna e sustentável no mundo que os cercam. Sob essa perspectiva mais significativa, participativa e dinâmica de ensino um Projeto de implementação na prática dos Itinerário Formativos deve ser bem planejado e pensado para atingir a integralidade dos estudantes.
Os Itinerários Formativos na Prática
No novo modelo de Ensino Médio as disciplinas oferecidas não serão as mesmas para todos os estudantes. Há possibilidade de cargas horárias distintas de acordo com o modelo adotado pela escola e possibilidade do aluno optar pelo componente curricular de seu interesse.
Os Itinerários Formativos são a parte do currículo que compreende o conjunto de componentes curriculares que os estudantes podem escolher, a partir do seu interesse, para aprofundar e ampliar aprendizagens em uma ou mais áreas de conhecimento e/ou formação técnica profissional.
O novo Ensino Médio prevê uma carga horária de pelo menos 3000 horas, sendo pelo menos 1000 horas para cada um dos 3 anos. Essa distribuição ocorre da seguinte forma:
- Formação Básica Geral: até 1800 horas
- Itinerários Formativos: pelo menos 1200 horas
A Formação Básica Geral é baseada nas diretrizes estabelecidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que prevê as matrizes curriculares por Objetivos de Conhecimento e Habilidades.
Conforme as diretrizes do Ministério da Educação, os Itinerários Formativos podem ser estruturados em 3 categorias:
- Área do Conhecimento: ocorre o aprofundamento de aprendizagens em uma das 4 áreas;
- Formação Técnica e Profissional: tem o objetivo de preparação para o mundo do trabalho;
- Integrado: pode ocorrer a combinação entre mais de umas das 4 áreas do conhecimento, além de viabilizar a complementação por uma Formação Técnica e Profissional.


